29 de out. de 2015

Saiba um pouco mais sobre revisões sistemáticas

A revisão sistemática é um método que visa à síntese de evidências de estudos primários através de uma abordagem sistemática, auxiliando o profissional na tomada de decisão clínica sobre uma determinada questão. Tem por objetivo localizar, avaliar criticamente e interpretar todos os estudos disponíveis para uma questão específica. Por se tratar de método explícito, sistemático e rigoroso para identificar, selecionar e avaliar os estudos e a qualidade das evidências, as revisões sistemáticas apresentam vantagens em relação às revisões tradicionais. Em algumas revisões sistemáticas é possível combinar os estudos por meio de análise estatística (denominada metanálise), fornecendo uma estimativa mais precisa da magnitude do efeito do que aquela que está disponível em estudos individuais.
O Ministério da Saúde publicou manuais que abordam as principais etapas necessárias para a elaboração e condução de uma revisão sistemática de qualidade. Os documentos também podem servir para os profissionais que desejam fazer uma leitura crítica de revisões sistemáticas. Acesse as seguintes publicações sobre o assunto:
- Diretrizes metodológicas: elaboração de revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados
- Diretrizes metodológicas: elaboração de revisão sistemática e metanálise de estudos observacionais comparativos sobre fatores de risco e prognóstico http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_metodologicas_fatores_risco_prognostico.pdf

REFERÊNCIAS:
1.       Instituto de Avaliação de Tecnologia em Saúde. Dicionário de Avaliação de Tecnologias em Saúde. Disponível em: http://www.iats.com.br/dicionario.pdf. Acesso em: 25 set. 2015.
2.       HIGGINS, J. P. T.; GREEN, S. (Ed.). Cochrane handbook for systematic reviews of interventions. Version 5.0.2. The Cochrane Collaboration, 2009. Disponível em: http://www.cochrane.org/resources/handbook. Acesso em: 24 out. 2010.


Boa leitura,
Equipe CIM-RS

  Se você é profissional da saúde e tem dúvidas, pergunte ao CIM-RS.
            Fone/Fax: (51) 3308 5281
            Email: cimrs@farmacia.ufrgs.br

28 de out. de 2015

Funcionamento do CIM-RS nos dias 30/10 e 02/11

Informamos aos nossos usuários que não haverá atendimento no CIM-RS nos dias 30 de outubro e 02 de novembro do corrente ano, em virtude do dia do Servidor Público  e do feriado de Finados.

As dúvidas poderão ser encaminhadas por e-mail.
Agradecemos a compreensão.

Atenciosamente,
Equipe CIM-RS

19 de out. de 2015

Funcionamento do Centro dia 20/10/2015

Informamos que o CIM-RS não funcionará amanhã (20/10) pelo fato da equipe estar em evento externo promovido pela universidade.
Agradecemos a compreensão.

Atenciosamente, 
Equipe CIM-RS

14 de out. de 2015

Vitamina C: mitos e verdades


O ácido ascórbico é a forma funcional e principal de vitamina C in vivo, desempenhando função antioxidante e exercendo papel na síntese de colágeno e reparação de tecidos. Nos EUA, a única indicação aprovada pelo FDA é no tratamento da deficiência de vitamina C (escorbuto). No Brasil, os usos indicados pelos fabricantes incluem o tratamento e prevenção do escorbuto, tratamento da meteglobinemia, como auxiliar do sistema imunológico e na suplementação de vitamina C em processos cicatriciais.
Nos países industrializados, a deficiência de vitamina C está geralmente associada ao consumo de poucas frutas e vegetais, dietas peculiares ou restritas e alto consumo de álcool ou de drogas.
A ingestão diária recomendada para adultos é de cerca de 30 a 100 mg de vitamina C, embora exista uma grande variação nas necessidades individuais. O ácido ascórbico é rapidamente absorvido após administração oral. Entretanto, a absorção envolve um processo ativo e pode ser limitado após a administração de doses elevadas. Com ingestão habitual de ácido ascórbico (30-180 mg por dia), cerca de 70-90% da quantidade de vitamina ingerida é absorvida. Em doses superiores a 1 g por dia, a absorção diminui para cerca de 50% ou menos.
Um dos usos mais populares e controversos da vitamina C é para a prevenção e tratamento do resfriado. A maioria das evidências sugere que megadoses dessa vitamina não têm efeitos clinicamente importantes sobre a incidência do resfriado comum. Entretanto, o seu uso pode ser útil para alguns grupos de pessoas, como aquelas expostas a breves períodos de exercício físico intenso.  Para ler mais sobre o assunto, particularmente sobre mitos e verdades acerca do uso da vitamina C, acesse aqui o material do Cebrim sobre Uso Racional da Vitamina C.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS

             
               Se você é profissional da saúde e tem dúvidas, pergunte ao CIM-RS.
               Fone/Fax: (51) 3308 5281
               Email: cimrs@farmacia.ufrgs.br

Referências:
  1. MCEVOY, G. K. (Ed.) AHFS Drug Information. Bethesda: ASPH. Disponível em: http://www.ahfsdruginformation.com/. Acesso em: 08 out. 2015.
  2. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Bulário eletrônico. Disponível em: http://www4.anvisa.gov.br/BularioEletronico/. Acesso em: 09 out. 2015.
  3. SWEETMAN S. (Ed), Martindale: the complete drug reference. London: Pharmaceutical Press. Electronic version, Greenwood Village, Colorado: Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch.  Acesso em: 08 out. 2015.
  4. HEMILÄ H, CHALKER E, DOUGLAS B. Vitamin C for preventing and treating the common cold. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 11, Art. No. CD000980. 2010. DOI: 10.1002/14651858.CD000980.pub1.

6 de out. de 2015

Cartilagem de tubarão como tratamento da dor?

Na busca por terapias alternativas ao uso dos tradicionais medicamentos alopáticos, diversas pessoas recorrem ao uso de suplementos e produtos de origem natural como forma de tratar ou aliviar os sintomas de algumas doenças. Nesse contexto, a cartilagem de tubarão é largamente utilizada como um recurso no tratamento de doenças ósseas e articulares, sendo osteoartrite, osteoporose e artrose algumas das indicações de uso por parte dos fabricantes, os quais alegam efeitos benéficos do produto na redução da dor, na manutenção dos ossos e na flexibilidade das articulações.
O tratamento da osteoartrite é direcionado principalmente para aliviar a dor e melhorar o estado funcional. Várias opções de tratamento estão disponíveis, incluindo analgésicos orais, géis e cremes de uso local, terapias intra-articulares, terapias não-farmacológicas, como fisioterapia e estimulação elétrica transcutânea e ainda cirurgia. No entanto, muitos tratamentos têm seu uso limitado devido aos seus efeitos colaterais e eficácia limitada (Singh, 2015).
A cartilagem de tubarão é composta por uma mistura de glicosaminoglicanos, principalmente o sulfato de condroitina, que poderia ser auxiliar no tratamento da osteoartrite. Apesar do custo desse produto, ele é muitas vezes utilizado em detrimento de terapias com medicamentos que apresentam evidências científicas de efetividade para doenças ósseas.
Uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados (Singh, 2015), os quais foram majoritariamente classificados como tendo baixa qualidade metodológica, revela que a condroitina (sozinha ou em combinação com glicosamina) é melhor do que o placebo na melhoria da dor em participantes com osteoartrite, a curto prazo (até 6 meses). Benefício clínico de pequeno a moderado é observado através da redução na escala da dor nos pacientes utilizando condroitina. Em estudos com mais de 6 meses, não há certeza sobre a redução da dor em comparação com placebo. Os autores da revisão concluíram que mais estudos de boa qualidade são necessários para explorar o papel da condroitina no tratamento da osteoartrite.
Outra revisão sistemática recente (Wandel, 2010) mostrou que glicosamina, condroitina e sua combinação não resultam em uma redução relevante da dor nas articulações.
A pergunta da semana que o CIM-RS responde é “Existe alguma evidência sobre o uso de cartilagem de tubarão em pó para alívio da dor? ” Para ler a resposta, clique aqui.


Texto elaborado por Márcia Nunes da Silva.
Revisado por Tatiane da Silva Dal Pizzol e Clarissa Ruaro Xavier

Boa leitura,
Equipe CIM-RS

               Se você é profissional da saúde e tem dúvidas, pergunte ao CIM-RS.
               Fone/Fax: (51) 3308 5281
               Email: cimrs@farmacia.ufrgs.br


Referências:
  1. Krinsky, D.L. et al. Natural Therapeutics Pocket Guide. 2. ed. Hudson: Lexi-Comp, 2003.
  2. Kowalski, S.C.; Sjenzfeld, V.L.; Ferraz, M.B. Utilização de recursos e custos em osteoporose. Rev Assoc Med Bras 2001; 47(4).
  3. Wandel S., Juni P., Tendal B., Nuesch E., Villiger P.M., Welton N.J. et al. Effects of glucosamine, chondroitin, or placebo in patients with osteoarthritis of hip or knee: network meta-analysis. BMJ 2010; 341:c4675.
  4. Singh Jasvinder A, Noorbaloochi Shahrzad, MacDonald Roderick, Maxwell Lara J. Chondroitin for osteoarthritis. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 8, Art. No. CD005614. DOI: 10.1002/14651858.CD005614.pub1