Estima-se
que 6,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos possuam asma, sendo
responsável por mais de 100 milhões de internações no Sistema Único de Saúde 1.
O
que é a asma? É uma doença inflamatória crônica das vias áreas e
hiper-responsividade da traqueia e dos brônquios a vários estímulos2,3.
Também é chamada de bronquite e bronquite asmática, denominações geralmente
usadas para crianças2. Os principais sintomas da doença são: falta
de ar, tosse seca, aperto e chiado no peito1,2,3. A asma é
caracterizada através de quatro manifestações, sendo elas: o processo
inflamatório crônico, a sintomatologia, a limitação reversível do fluxo aéreo e
a variedade de estímulos que desencadeiam a crise2.
Existem
vários fatores desencadeantes de uma crise de asma em pacientes suscetíveis,
entre eles: pólen, fungos, fumaça de cigarro, gases, poluição, mudança de
clima, infecções, agentes físicos, fatores emocionais, alimentos e até alguns
fármacos como ácido acetilsalicílico, AINES (paracetamol, ibuprofeno),
betabloqueadores (atenolol, propanolol, metoprolol) e inibidores da enzima
conversora de angiotensina (captopril, enalapril, lisinopril)1.
Os
medicamentos mais utilizados para o manejo da asma, como salbutamol, fenoterol,
beclometasona, budesonida, entre outros, são frequentemente utilizados pela via
inalatória através da utilização de dispositivos de pós aerossóis. Estes
dispositivos são pós embalados sobre pressão, contendo um gás propelente e
ingredientes terapeuticamente ativos que são liberados após a ativação de um
sistema apropriado de válvulas, também chamados de inaladores pressurizados ou
bombinhas1,4.
A
via inalatória é utilizada para o manejo da asma, pois proporciona um efeito
mais rápido e com menos efeitos adversos3. Existem três tipos de
dispositivos inalatórios: inaladores pressurizados (A), inaladores de pó (B, C,
D e E) e nebulizadores de jato ou nebulizadores ultrassônicos (F)3.
Figura 1. Tipos de dispositivos inalatórios.
Os dispositivos
de pós aerossóis são compactos, possibilitam multidoses, possuem menor
custo e estão disponíveis para a maioria dos medicamentos utilizados na asma.
Porém, exige coordenação do paciente para o disparo e a inalação sem espaçador
e não possuem contador de doses, dificultando o conhecimento sobre o número de
doses que ainda restam. Além disso, a inalação de corticóides contribui para
candidíase, pigarro e tosse nos usos sem espaçador3.
Os
espaçadores são de grande importância, pois além de facilitar o uso dos
inaladores pressurizados, reduzem a disposição de corticóides na orofaringe,
aumentam a disponibilidade pulmonar do fármaco2,3, permitem o uso de
inaladores pressurizados contendo broncodilatadores nas exacerbações da asma e
facilitam o seu uso3. Porém, possuem custo elevado, o tamanho pode
dificultar o transporte e necessitam de manutenção e limpeza. Podem ser
confeccionados espaçadores caseiros utilizando garrafas pet de 500 ml, que são
tão eficientes quanto aqueles industrializados2,3. Para mais
informações sobre o uso dos pós inaladores e sobre como fazer um espaçado
caseiro, clique aqui (http://www.incor.usp.br/sites/incor2013/videos/asma-dpoc/index.html)
Texto elaborado por Jacqueline WeisBonfanti e revisado
por Tatiane Dal Pizzol
REFERÊNCIAS
1. Portal Brasil. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2015/01/asma-atinge-6-4-milhoes-de-brasileiros. Acessado em: 16 de junho de 2016.
2. DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.;
GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina
Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2013.
3. Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia. Diretrizes da Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma - 2012. Disponível
em: http://www.santacasasp.org.br/upSrv01/up_publicacoes/8011/10569_Diretriz%20Asma.pdf. Acessado em 16 de junho de 2016.