21 de jul. de 2016

Asma e o Uso de Bombinhas




            Estima-se que 6,4 milhões de brasileiros com mais de 18 anos possuam asma, sendo responsável por mais de 100 milhões de internações no Sistema Único de Saúde 1.
            O que é a asma? É uma doença inflamatória crônica das vias áreas e hiper-responsividade da traqueia e dos brônquios a vários estímulos2,3. Também é chamada de bronquite e bronquite asmática, denominações geralmente usadas para crianças2. Os principais sintomas da doença são: falta de ar, tosse seca, aperto e chiado no peito1,2,3. A asma é caracterizada através de quatro manifestações, sendo elas: o processo inflamatório crônico, a sintomatologia, a limitação reversível do fluxo aéreo e a variedade de estímulos que desencadeiam a crise2.
            Existem vários fatores desencadeantes de uma crise de asma em pacientes suscetíveis, entre eles: pólen, fungos, fumaça de cigarro, gases, poluição, mudança de clima, infecções, agentes físicos, fatores emocionais, alimentos e até alguns fármacos como ácido acetilsalicílico, AINES (paracetamol, ibuprofeno), betabloqueadores (atenolol, propanolol, metoprolol) e inibidores da enzima conversora de angiotensina (captopril, enalapril, lisinopril)1.
            Os medicamentos mais utilizados para o manejo da asma, como salbutamol, fenoterol, beclometasona, budesonida, entre outros, são frequentemente utilizados pela via inalatória através da utilização de dispositivos de pós aerossóis. Estes dispositivos são pós embalados sobre pressão, contendo um gás propelente e ingredientes terapeuticamente ativos que são liberados após a ativação de um sistema apropriado de válvulas, também chamados de inaladores pressurizados ou bombinhas1,4.
            A via inalatória é utilizada para o manejo da asma, pois proporciona um efeito mais rápido e com menos efeitos adversos3. Existem três tipos de dispositivos inalatórios: inaladores pressurizados (A), inaladores de pó (B, C, D e E) e nebulizadores de jato ou nebulizadores ultrassônicos (F)3.


Figura 1. Tipos de dispositivos inalatórios.
 


Os dispositivos de pós aerossóis são compactos, possibilitam multidoses, possuem menor custo e estão disponíveis para a maioria dos medicamentos utilizados na asma. Porém, exige coordenação do paciente para o disparo e a inalação sem espaçador e não possuem contador de doses, dificultando o conhecimento sobre o número de doses que ainda restam. Além disso, a inalação de corticóides contribui para candidíase, pigarro e tosse nos usos sem espaçador3.
            Os espaçadores são de grande importância, pois além de facilitar o uso dos inaladores pressurizados, reduzem a disposição de corticóides na orofaringe, aumentam a disponibilidade pulmonar do fármaco2,3, permitem o uso de inaladores pressurizados contendo broncodilatadores nas exacerbações da asma e facilitam o seu uso3. Porém, possuem custo elevado, o tamanho pode dificultar o transporte e necessitam de manutenção e limpeza. Podem ser confeccionados espaçadores caseiros utilizando garrafas pet de 500 ml, que são tão eficientes quanto aqueles industrializados2,3. Para mais informações sobre o uso dos pós inaladores e sobre como fazer um espaçado caseiro, clique aqui (http://www.incor.usp.br/sites/incor2013/videos/asma-dpoc/index.html) 

Texto elaborado por Jacqueline WeisBonfanti e revisado por Tatiane Dal Pizzol

REFERÊNCIAS
1.     Portal Brasil. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2015/01/asma-atinge-6-4-milhoes-de-brasileiros. Acessado em: 16 de junho de 2016.
2.     DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
3.     Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia para o Manejo da Asma - 2012. Disponível em: http://www.santacasasp.org.br/upSrv01/up_publicacoes/8011/10569_Diretriz%20Asma.pdf. Acessado em 16 de junho de 2016.
4.     BRASIL. Vocabulário Controlado de Formas Farmacêuticas, Vias de Administração e Embalagem de Medicamentos. Anvisa. 2011.