30 de out. de 2013

Pergunte ao CIM-RS: tipos de comprimidos


  


O objetivo do uso de formas farmacêuticas para a administração de princípios ativos é promover sua liberação em quantidade adequada no organismo para conseguir rapidamente o efeito terapêutico pelo tempo desejado. A magnitude e a duração da resposta terapêutica dependem da concentração do princípio ativo no local de ação. Esta concentração depende, entre outros fatores, da dose administrada e da quantidade absorvida. Diferenças de biodisponibilidade serão observadas para um mesmo princípio ativo ao se variar a via de administração ou a forma farmacêutica.

A via oral é a via de administração mais utilizada, pois é de fácil aceitação pelo paciente e as formas farmacêuticas produzidas para essa via são de fácil conservação.  Os comprimidos, dependendo da composição, dos adjuvantes ou do modo de fabricação podem ser classificados em diversas categorias, como, por exemplo, os sublinguais, os efervescentes, gastrorresistentes e de liberação modificada. A modificação da tecnologia de fabricação e o emprego de determinados adjuvantes pode alterar a biodisponibilidade dos fármacos, aumentando, reduzindo ou eliminado a atividade do medicamento, ou ainda, promovendo o surgimento de reações adversas e/ou tóxicas.

Pela via oral existem duas possibilidades para a absorção dos fármacos: a mucosa bucal e o trato gastrintestinal. A maior parte dos medicamentos administrados por via oral tem um tempo de contato na boca extremamente pequeno para que ocorra uma absorção, uma vez que os comprimidos são geralmente deglutidos inteiros. A forma farmacêutica sofre dissolução no trato gastrintestinal, onde os fármacos são liberados e só então absorvidos. Por outro lado, existem os comprimidos sublinguais e as pastilhas, que são deixados na boca por um tempo mais prolongado, e a absorção ocorre após dissolução do fármaco pela saliva. Na face superior da língua, quase não ocorre uma absorção de princípios ativos, enquanto que na face inferior a presença de ramificações capilares e de uma mucosa muito delgada facilita a absorção, sendo o local de administração de fármacos pela via sublingual.

Nesse contexto, o “Pergunte ao CIM-RS” dessa semana responde: “Pode-se administrar qualquer comprimido pela via sublingual ou eles apresentam diferenciação na formulação? Qual a diferença de ação entre um sublingual e outro não sublingual?” Para conferir a resposta, clique aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS.

23 de out. de 2013

Avisos

Bom dia!

Informamos que na quinta-feira desta semana, dia 24/10/2013, o CIM funcionará até as 15h, permanecendo o horário normal na sexta-feira.

Além disso, na segunda-feira, dia 28/10/2012, não haverá expediente devido ao feriado do Dia do Servidor Público.
Retornaremos ao funcionamento normal a partir do dia 29/10/2013. 

Atenciosamente,

Equipe do CIM-RS.

Tratamento da Rinite Alérgica


De acordo com Duncan et al, a rinite alérgica é a doença respiratória crônica mais prevalente, chega a acometer 10 a 30% da população, frequentemente subdiagnosticada e subtratada. A rinite afeta a qualidade de vida dos pacientes, pois os sintomas podem afetar o sono e prejudicar o desempenho nas atividades diárias.
Após o contato do alérgeno com anticorpos IgE sensibilizados ligados a mastócitos e basófilos, ocorre degranulação dessas células e liberação de mediadores inflamatórios, sendo a histamina o principal. Assim, os principais sintomas da rinite alérgica se devem à inflamação da região nasal, levando à vasodilatação e produção de muco, produzindo congestão nasal, rinorreia aquosa, lacrimejamento, prurido e reflexo de espirro. Além disso, é comum a irritação e coceira nos olhos, garganta e ouvido. A rinite pode ser sazonal, quando ocorre em estações específicas como a primavera, desencadeada por alérgenos como esporos e polens, e persistente quando o alérgeno está constantemente presente em nosso meio (ácaros, baratas, fungos e pelos de animais).
A rinite alérgica, se não tratada, pode levar a complicações, como asma, rinossinusite crônica, otite média, polipose nasal e infecções respiratórias. O Boletim de Informação Terapêutica Sacylite, da Espanha, publicou, em 2012, um texto a respeito do tratamento mais recomendado na rinite alérgica. Indica-se, primeiramente, o controle ambiental, procurando evitar contato com o alérgeno. Essa medida, porém, pode não ser possível ou ser pouco eficaz, fazendo-se necessário o uso de farmacoterapia na maioria dos casos. Como todos os sintomas são decorrentes da inflamação, o tratamento de eleição, nos casos de rinite alérgica persistente e moderada a grave, são os corticoides nasais. Devido ao seu lento início de ação, os corticoides podem ser associados a anti-histamínicos H1 orais, que são também de eleição na rinite leve e intermitente. Para saber quais fármacos são mais adequados para tratar os sintomas dos diferentes tipos de rinite alérgica, confira o Boletim, clicando aqui.

Boa leitura,
Equipe do CIM-RS.

Fontes: 
DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013
DIPIRO, J. T. et al. Pharmacotherapy: a pathophysiologic approach. 8.ed. New York: McGrawHill, 2011.  
MCPHEE, S.; PAPADAKIS, M. (Ed.) CMDT – Current Medical Diagnosis e Treatment. 48. ed. New York: McGrawHill, 2009.
 

16 de out. de 2013

Pergunte ao CIM: Reações adversas a plantas medicinais


Segundo a OMS cerca de 80% da população dos países em desenvolvimento utilizam plantas medicinais ou produtos à base de plantas para tratamentos de saúde. Além disso, nas últimas décadas, o interesse populacional pelas terapias naturais tem aumentado significativamente. No Brasil, 12 medicamentos fitoterápicos são oferecidos pelo Sistema Único de Saúde atualmente. Entre eles, está a Aloe vera (babosa) para o tratamento de psoríase e queimaduras, a Rhamnus pushiana (cáscara-sagrada) para prisão de ventre, e a Mikania glomerata (guaco) indicada para os sintomas da gripe.
Entretanto, o uso de plantas medicinais e fitoterápicos exige cuidado, pois a maior parte dos fitoterápicos que são utilizados atualmente por automedicação ou por prescrição médica não tem o seu perfil tóxico bem conhecido por seus usuários. A babosa, por exemplo, é muito utilizada por sua ação cicatrizante, antibacteriana, antifúngica e antiviral. Apesar disso, muitos desconhecem que não deve ser usada por via oral, pois em altas doses possui ação nefrotóxica, podendo levar a uma severa crise de nefrite aguda. 
Em geral efeitos adversos causados por plantas não são reportados, pois o sistema de monitorização não é o mesmo que para os medicamentos convencionais, e geralmente esses efeitos adversos não são associados aos fitoterápicos, pois o uso de plantas não é, muitas vezes, informado pelo paciente durante a consulta médica. Além disso, o perfil tóxico da maioria das plantas ainda não foi bem estudado. Um país onde a farmacovigilância de fitoterápicos está bastante avançada é a Alemanha, onde muitos fitoterápicos já foram retirados do mercado devido a importantes efeitos tóxicos e risco para uso humano. Para uma leitura mais detalhada a respeito da farmacovigilância e reações adversas a plantas medicinais, leia o artigo completo sobre o tema, intitulado Farmacovigilância e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade, clicando aqui.
Ainda sobre o tema, o Pergunte ao CIM dessa semana responde “Qual a toxicidade das seguintes plantas: Ginkgo biloba, urtiga e cavalinha?”. Para acessar a resposta na íntegra, clique aqui.
Boa leitura,
Equipe CIM-RS.
Fontes:
- Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília, DF, 2006.
- A Fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília, DF, 2006.

9 de out. de 2013

Restrição do uso de metoclopramida em pediatria



A Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários publicou, em julho de 2013, uma nota informativa restringindo o uso de metoclopramida em pacientes pediátricos e atualizando suas condições de uso, em razão dos resultados de uma revisão de dados farmacocinéticos que mostraram que o risco de desordens extrapiramidais, já conhecidas para este fármaco, está aumentado em crianças com menos de 1 ano de idade. De acordo com a nota, a metoclopramida não deve ser usada em crianças menores de 1 ano, e não é recomendada para crianças e adolescentes de 1 a 18 anos, devendo ser usada somente como tratamento de segunda linha para náuseas e vômitos pós-operatórios e em quimioterapia.
Para conferir a Nota Informativa publicada pela Agência Espanhola de Medicamentos e Produtos Sanitários sobre a metoclopramida, clique aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS


Fontes:  -  DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
-          FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia Clínica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
-          BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa. Disponível em: www.anvisa.gov.br/ .

Antieméticos em pediatria



Dentre as diversas causas de náuseas e vômitos, a mais corriqueira em pacientes atendidos em serviços de emergência é a intoxicação alimentar. Nesse contexto, os vômitos devem ser geralmente encarados como terapêuticos, pois levam à eliminação ou diminuição da quantidade de alimento contaminado no organismo.
Embora o uso de antieméticos em gastroenterites não seja recomendado, podem ser úteis para evitar distúrbios eletrolíticos, uma vez que facilitam a reidratação oral em pacientes intolerantes à administração de líquidos por essa via. Contudo, náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia e radioterapia ou pós-operatórios necessitam de terapia farmacológica, pois sua ocorrência prejudica a recuperação do paciente. A metoclopramida, que tem recomendação de uso restrito em menores de 18 anos, é um dos fármacos mais empregados em todas essas situações, inclusive em pediatria.
O uso de antieméticos em pacientes pediátricos tem-se mostrado seguro. Embora um estudo com pacientes entre 1 mês e 18 anos, não tenha mostrado grande ocorrência de efeitos adversos após uso de antieméticos, é recomendado evitar seu uso em lactentes. Ondansetrona é o antiemético com maior evidência de benefício em crianças, tendo mostrado eficácia em reduzir vômitos, necessidade de reidratação intravenosa e hospitalizações em crianças com quadro inicial de gatroenterite aguda. Outros antieméticos utilizados em pacientes pediátricos são prometazina (em > 2 anos) e dimenidrinato.
Sobre o uso de antieméticos em pediatria, sugerimos a leitura de Revisão Sistemática Cochrane que teve como objetivo fornecer evidências sobre a eficácia clínica e segurança de antieméticos para vômitos associdados a gastroenterite. Para acessar a revisão “Antiemetics for reducing vomiting related to acute gastroenteritis in children and adolescents” na íntegra, clique aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS



  
Fontes:  -  DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
-          FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia Clínica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
-          BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa. Disponível em: www.anvisa.gov.br/ .

1 de out. de 2013

Antiparasitários em pediatria



As parasitoses representam grave problema de saúde pública, e sua prevalência é alta em locais nos quais as condições de vida e de saneamento básico não são adequadas. O desconhecimento de princípios de higiene pessoal e de cuidados na preparação dos alimentos facilita a infecção e predispõe a reinfecção em áreas endêmicas. As crianças merecem destaque especial, pois são o principal alvo das infecções parasitárias e nelas ocorrem as repercussões mais significativas das parasitoses intestinais. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a população infantil em idade escolar é a mais vulnerável a agentes infecciosos como os helmintos e protozoários.
Os principais sintomas das parasitoses intestinais são dor abdominal, prurido, obstrução intestinal, depleção de carboidratos, anemia, desnutrição, fraqueza, diarreia e anorexia. O tratamento das parasitoses é feito com terapia farmacológica oral, em diferentes doses e posologias. Os medicamentos anti-helmínticos são considerados relativamente eficazes e seguros. 
Considerando que as crianças são mais frequentemente acometidas por parasitoses intestinais e que muitos medicamentos comercialmente disponíveis não apresentam provas suficientes de segurança e eficácia para utilização nesse público, os prescritores, em geral, determinam o tratamento com base em sua experiência e julgamento, decidindo sobre indicações, doses e formulações. Nesse contexto o Pergunte ao CIM-RS dessa semana responde: Albendazol e mebendazol são seguros para utilização em crianças menores de 2 anos? Qual a dose recomendada?”. Para conferir a reposta na íntegra, clique aqui.
Boa leitura,

Equipe CIM-RS

Fontes:
- PISETTA, C. et al. Parasitoses intestinais na população infantil um problema de saúde pública emergente - Centro Universitário de Maringá, Maringá – PR. IV EPCC – Encontro de Produção Científica do Cesumar – ANAIS 2005.
- BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional 2010: Rename 2010 / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
- ANDRADE, E.C.; et al. Parasitoses intestinais: uma revisão sobre seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Rev. APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 231-240, abr./jun. 2010