Dentre as diversas causas de náuseas e vômitos, a mais
corriqueira em pacientes atendidos em serviços de emergência é a intoxicação
alimentar. Nesse contexto, os vômitos devem ser geralmente encarados como
terapêuticos, pois levam à eliminação ou diminuição da quantidade de alimento
contaminado no organismo.
Embora o uso de antieméticos em
gastroenterites não seja recomendado, podem ser úteis para evitar distúrbios
eletrolíticos, uma vez que facilitam
a reidratação oral em pacientes intolerantes à administração
de líquidos por essa via. Contudo, náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia e radioterapia
ou pós-operatórios necessitam de terapia farmacológica, pois sua ocorrência
prejudica a recuperação do paciente. A metoclopramida, que tem recomendação de
uso restrito em menores de 18 anos, é um dos fármacos mais empregados em todas
essas situações, inclusive em pediatria.
O uso de antieméticos em
pacientes pediátricos tem-se mostrado seguro. Embora um estudo com pacientes
entre 1 mês e 18 anos, não tenha mostrado grande ocorrência de efeitos adversos
após uso de antieméticos, é recomendado evitar seu uso em lactentes.
Ondansetrona é o antiemético com maior evidência de benefício em crianças,
tendo mostrado eficácia em reduzir vômitos, necessidade de reidratação
intravenosa e hospitalizações em crianças com quadro inicial de gatroenterite
aguda. Outros antieméticos utilizados em pacientes pediátricos são prometazina
(em > 2 anos) e dimenidrinato.
Sobre o uso de antieméticos em
pediatria, sugerimos a leitura de Revisão Sistemática Cochrane que teve como
objetivo fornecer evidências sobre a eficácia clínica e segurança de
antieméticos para vômitos associdados a gastroenterite. Para acessar a revisão
“Antiemetics
for reducing vomiting related to acute gastroenteritis in children and
adolescents” na íntegra, clique aqui.
Boa leitura,
Equipe CIM-RS
Fontes: - DUNCAN,
B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina
Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2013.
-
FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia Clínica: fundamentos da
terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
-
BRASIL. Agência Nacional de
Vigilância Sanitária. Anvisa. Disponível em: www.anvisa.gov.br/ .
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