9 de out. de 2013

Antieméticos em pediatria



Dentre as diversas causas de náuseas e vômitos, a mais corriqueira em pacientes atendidos em serviços de emergência é a intoxicação alimentar. Nesse contexto, os vômitos devem ser geralmente encarados como terapêuticos, pois levam à eliminação ou diminuição da quantidade de alimento contaminado no organismo.
Embora o uso de antieméticos em gastroenterites não seja recomendado, podem ser úteis para evitar distúrbios eletrolíticos, uma vez que facilitam a reidratação oral em pacientes intolerantes à administração de líquidos por essa via. Contudo, náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia e radioterapia ou pós-operatórios necessitam de terapia farmacológica, pois sua ocorrência prejudica a recuperação do paciente. A metoclopramida, que tem recomendação de uso restrito em menores de 18 anos, é um dos fármacos mais empregados em todas essas situações, inclusive em pediatria.
O uso de antieméticos em pacientes pediátricos tem-se mostrado seguro. Embora um estudo com pacientes entre 1 mês e 18 anos, não tenha mostrado grande ocorrência de efeitos adversos após uso de antieméticos, é recomendado evitar seu uso em lactentes. Ondansetrona é o antiemético com maior evidência de benefício em crianças, tendo mostrado eficácia em reduzir vômitos, necessidade de reidratação intravenosa e hospitalizações em crianças com quadro inicial de gatroenterite aguda. Outros antieméticos utilizados em pacientes pediátricos são prometazina (em > 2 anos) e dimenidrinato.
Sobre o uso de antieméticos em pediatria, sugerimos a leitura de Revisão Sistemática Cochrane que teve como objetivo fornecer evidências sobre a eficácia clínica e segurança de antieméticos para vômitos associdados a gastroenterite. Para acessar a revisão “Antiemetics for reducing vomiting related to acute gastroenteritis in children and adolescents” na íntegra, clique aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS



  
Fontes:  -  DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
-          FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L. Farmacologia Clínica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
-          BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Anvisa. Disponível em: www.anvisa.gov.br/ .

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