23 de dez. de 2016

Câncer de pele - como se prevenir



Câncer de pele é o tipo de câncer maligno mais prevalente no Brasil. Mais comum em pessoas acima de 40 anos, é relativamente raro em crianças e negros. O principal fator de risco é a exposição a raios ultravioleta (UV), prevalecendo em pessoas que trabalham constantemente sob o sol ou que passem muito tempo sob exposição em horários de risco (10-16h)1. O seu tipo mais agressivo, o melanoma, é um dos tipos de câncer de pior prognóstico2.


É recomendável que todos sigam as instruções para prevenir o desenvolvimento de câncer de pele como uso de protetor solar FPS 30 ou mais3, chapéus, guarda-sol, e não se expor ao sol dentro do horário de risco. Existem indivíduos com maior prevalência e riscos de desenvolverem este tipo de câncer:  pessoas com fototipos claros, facilidade de se queimar, cabelos ruivos ou loiros ou olhos verdes ou azuis. Estes devem ter atenção ainda maior quanto às medidas de prevenção1,2.


Portanto é necessário cuidado quanto a exposição ao sol, seguindo recomendações de órgãos de saúde. Para se proteger de maneira mais eficaz, dê uma olhada no folheto informativo desenvolvido por alunos e profissionais da Farmácia Popular do Brasil/Farmácia Escola da Faculdade de Farmácia da UFRGS.

Texto elaborado por Gustavo F Marcowich
Revisado por Prof. Farm. Tatiane da Silva Dal Pizzol


REFERÊNCIAS
  1. INCA. Pele não melanoma. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/pele_nao_melanoma Acessado em: 14/12/2016
  2. CONITEC. Protocolo Clínicos  e Diretrizes Terapêuticas em Oncologia. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Protocolos/livro-pcdt-oncologia-2014.pdf Acessado em: 14/12/2016). Sociedade Brasileira de Dermatologia. Câncer de pele. Disponível em: http://www.sbd.org.br/doencas/cancer-da-pele/ Acessado em: 20/12/2016

Final de ano

Informamos que o CIM-RS entrará em recesso de fim de ano e não abrirá na semana entre os dias 25 e 31 de dezembro.

Aproveitamos para desejar boas festas e um próspero ano novo!

- Equipe CIM-RS

16 de dez. de 2016

Inibidores de Bomba de prótons e demência





Inibidores de bomba de prótons (IBP), como omeprazol, são amplamente utilizados, e frequentemente fazem parte da polifarmácia em idosos. Indicado para desordens gástricas, refluxo gastroesofágico e diferentes tipos de úlceras, IBP são normalmente associados a alta efetividade e efeitos adversos não muito frequentes ou graves, o que colabora para seu amplo consumo.1.
Entretanto, recentes estudos demonstram uma suposta ligação entre o uso de fármacos inibidores de bomba de prótons e problemas neurocognitivos, como demência2,3. Em meta-análise realizada em 2016, reunindo artigos que totalizaram mais de 100 mil participantes, foi encontrado um pequeno aumento no risco de demência em pacientes em uso de IBP, quando comparados a pacientes que não utilizavam esses medicamentos3.
Entre as possíveis explicações para este efeito, destaca-se a influência de IBP na degradação e acúmulo de peptídeo beta-amilóide, importante no desenvolvimento de Doença de Alzheimer, e problemas de absorção da vitamina  B12, importante  para o desenvolvimento e manutenção das funções do sistema nervoso4.
Visto o aumento de evidências demonstrando o efeito neurocognitivo de IBP, é recomendável uma análise mais profunda da possível relação causal entre IBP e demência. Aos prescritores, sugere-se maior cautela e monitoramento no uso dos IBP em idosos, visando o uso racional desses medicamentos.

Texto elaborado por Acad. Gustavo F Marcowich
Revisado por Farm. Prof. Tatiane da Silva dal Pizzol

REFERÊNCIAS

1.     Arai, AE. Uso crônico de fármacos inibidores de bomba de prótons: eficácia clínica e efeitos adversos. Disponível em: http://web.unifil.br/pergamum/vinculos/000004/0000041E.pdf Acessado em: 09/12/2016
2.     Gomm W. et al. Association of Proton Pump Inhibitors With Risk of Dementia: A Pharmacoepidemiological Claims Data Analysis. JAMA Neurol. 2016;73(4):410-416. doi:10.1001/jamaneurol.2015.4791.
3.     Wijarnpreecha K., Thongprayoon C., Panjawatanan P., Ungprasert P. Proton pump inhibitors and risk of dementia. Annals of Translational Medicine 2016 4:12 (1-6)

4.     Abraham NS. Proton pump inhibitors: potential adverse effects.Curr Opin Gastroenterol. 2012 Nov;28(6):615-20. doi: 10.1097/MOG.0b013e328358d5b9

5 de dez. de 2016

Homeopatia - funciona mesmo?

        




        Homeopatia é uma técnica bicentenária que vem se firmando mundialmente como uma alternativa na terapêutica humana e veterinária e hoje disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Medicamentos homeopáticos se originam do princípio “Similia similibus curantur”, que foi adaptado por Christian Friedrich Samuel Hahnemann, o pai da homeopatia, como: “Os remédios só podem curar doenças semelhantes àquelas que eles próprios podem produzir”. Tais medicamentos são derivados de fontes naturais que a partir da dinamização liberam suas propriedades medicinais1. Os medicamentos e técnicas homeopáticas são documentados e possuem Farmacopéia própria, como a do Brasil, que pode ser consultada neste link. Cabe destacar que não são medicamentos homeopáticos: essências florais, medicamentos antroposóficos, cromoterapia, aromaterapica, acupuntura, reiki, iridologia, shiatsu, dentre outros2.
           
        Por vezes, os medicamentos homeopáticos passam por descrença pelo meio acadêmico e profissional; entretanto em relatório sobre a efetividade e segurança de medicamentos homeopáticos desenvolvido para o Gabinete Federal Suíço para Saúde Pública, com o objetivo de avaliar formas de medicina complementar, é relatado que a efetividade destes medicamentos pode ser comprovada por evidência clínica3. No entanto, o relatório destaca que os dados não são sempre consistentes, levando a restrições nos resultados.
      
        Apesar do tratamento homeopático estar incluso e ser financiado pelo SUS, ainda não é contemplado em protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas, mesmo em condições para as quais já existam evidências. Por exemplo, embora com poucos estudos incluídos, uma revisão Cochrane, buscando avaliar o uso de medicamentos homeopáticos em casos de efeitos adversos causados por antineoplásicos, evidenciou efeitos benéficos do uso de pomada de calêndula em uso tópico para tratamento de dermatite causada por radioterapia e do uso de Traumeel S (um medicamento homeopático) como exaguatório bucal para diminuição de estomatite induzida por quimioterapia4. Ao menos no Brasil, não existe descrição do uso de medicamentos homeopáticos para essas ou outras indicações nos protocolos clínicos5.

        Consultando a base Cochrane de revisões sistemáticas e outras bases de dados, como PubMed e Embase, é evidente o baixo número de ensaios clínicos randomizados de qualidade existentes sobre o tema, resultando em revisões sistemáticas e meta-análises inconclusivas em sua maioria. Talvez a falta de evidência seja um dos motivos para a não inserção da prática homeopática no SUS; no entanto, ausência de evidência não significa necessariamente ausência de efeito. Portanto, é de suma importância que mais estudos controlados de boa qualidade sobre eficácia, segurança e efetividade de medicamentos homeopáticos sejam realizados e, dessa maneira, possam contribuir com o acesso e uso racional de tecnologias de saúde no SUS.

Texto elaborado por Gustavo F Marcowich
Revisado por Farm. Prof. Tatiane da Silva Dal Pizzol


1.       BRASIL. ANVISA. Farmacopéia Brasileira de Homeopatia. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/farmacopeiabrasileira/conteudo/3a_edicao.pdf Acessado em: 21/11/2016
2.       BRASIL. ANVISA. Medicamentos Dinamizados. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/homeopaticos/definicao.htm Acessado em: 21/11/2016
3.       Bornhöft G et al. Effectiveness, safety and cost-effectiveness of homeopathy in general practice - summarized health technology assessment. Forsch Komplementmed. 2006;13 Suppl 2:19-29. Epub 2006 Jun 26.
4.       Kassab S, et al. Homeopathic medicines for adverse effects of cancer treatments. Cochrane Database of Systematic Reviews 2009, Issue 2. Art. No.: CD004845.
5.       BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em Oncologia. Brasília -DF. 2014. Disponível em: http://conitec.gov.br/images/Protocolos/livro-pcdt-oncologia-2014.pdf Acessado em: 21/11/2016