25 de jul. de 2013

Pergunte ao CIM-RS: uso prolongado de sene



Prisão de ventre e intestino preso são os nomes populares pelos quais é conhecida a constipação intestinal, um distúrbio caracterizado pela dificuldade persistente para evacuar. Em adultos, a constipação associa-se a outras comorbidades (doenças neurológicas, psiquiátricas, proctológicas, endócrinas e metabólicas), ao uso de medicamentos com propriedades anticolinérgicas, dieta pobre em fibras, hidratação insuficiente e sedentarismo, sendo mais frequente em mulheres e idosos.
Muitas pessoas podem associar a irregularidade intestinal como uma condição de doença por considerarem uma defecação diária a uma condição de saúde. É preciso considerar, entretanto, que não existe um padrão rígido para classificar a frequência normal de funcionamento dos intestinos, que pode variar de 3 a 12 vezes por semana. Considera-se um quadro típico de constipação, quando ocorrem duas ou menos evacuações por semana e/ou o esforço para evacuar é grande demais e pouco produtivo. O uso de laxantes facilmente se torna um hábito, pois após uma evacuação promovida por laxantes, podem passar-se vários dias sem evacuar. Assim o paciente acredita que está com prisão de ventre e volta a automedicar-se.
Embora somente uma pequena parcela dos indivíduos afetados procure atendimento médico, os custos de tratamento de constipação chegam a centenas de milhões de dólares por ano despendidos somente com laxativos de venda sem prescrição médica. Alternativas não farmacológicas para evitar e amenizar o quadro de constipação, como a ingestão regular de fibras e líquidos e a prática de exercícios físicos devem ser consideradas. Outras pessoas podem ainda preferir a administração de produtos de origem vegetal, por acreditarem que, por serem de origem natural, causam menos riscos a saúde. Nesse contexto, o “Pergunte ao CIM-RS” dessa semana traz a questão: “Quais as implicações do uso prolongado do chá de sene?”. Para conferir a resposta, clique aqui.


Como complemento, sugerimos a leitura do boletim AustralianPrescriber sobre o manejo da constipação em adultos que apresenta informações sobre os tipos de laxantes e as situações em que seu uso é adequado. O boletim Managing constipation in adults, pode ser conferido na íntegra clicando aqui.
Boa leitura,
Equipe CIM-RS

18 de jul. de 2013

Contracepção de Emergência



Os comprimidos para contracepção de emergência são compostos por hormônios concentrados utilizados por curto período de tempo, que atuam na suspensão da ovulação e na migração do esperma, nos dias seguintes à relação sexual. A indicação é restrita a situações especiais, incluindo: relação sexual sem uso de método anticoncepcional, falha conhecida pelo uso inadequado do método contraceptivo de rotina e violência sexual. É o único método contraceptivo a ser utilizado após a relação sexual. Seu uso cresceu consideravelmente no Brasil, entre 1996 e 2006, segundo Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS). Em 2006, 12% das mulheres de 15 a 49 anos afirmaram ter usado esse método, cuja adesão teve maior representatividade na faixa etária de 20 a 24 anos (18,5%), e 10,4% entre mulheres 15 a 19 anos.
A anticoncepção de emergência emprega dose única de 1,5mg de levonorgestrel que mostra a mesma eficácia de duas doses de 0,75mg a cada 12 horas, sem aumentar os efeitos adversos. A administração até 120 horas após arelação sexual ainda confere proteção, embora quanto maior o tempo decorrido, menor seja o efeito protetor. A administração até 72 horas, de qualquer um dos métodos, leva a menor ocorrência de falhas. A utilização de métodos de contracepção de emergência deve ser ocasional e não empregado de forma regular, pois há métodos mais eficazes para uso rotineiro. Entretanto, há evidências de que o método está sendo usado repetidamente, principalmente por mulheres com intercursos esporádicos. Mais recentemente, vários estudos demonstraram que uso de levonorgestrel é mais eficaz do que o método Yuzpe, que emprega etinilestradiol (100 mcg) e levonorgestrel (0.5 mg) combinados em altas doses. Existem outros hormônios que podem ser utilizados em contracepção de emergência, mas o levonorgestrel e método Yuzpe são os mais comuns.
Nas Unidades Básicas de Saúde do Brasil, não é exigida receita médica para a dispensação de levonorgestrel em comprimidos de 0,75 mg. Dessa forma, os enfermeiros podem disponibilizar a contracepção de emergência na ausência do médico, orientando e encaminhando a usuária às ações de planejamento reprodutivo. A contracepção de emergência é bastante útil para prevenir a gravidez indesejada, porém seu uso deve ser restrito por induzir efeitos adversos, como náusea e vômito, com maior frequência e oferecer menor eficácia anticoncepcional se comparada com os contraceptivos convencionais, além de que o uso repetitivo diminui a sua eficácia, não sendo, portanto, um método a ser adotado como de rotina.
O CIM-RS sugere a leitura do Protocolo para Utilização de Levonorgestrel, publicado pelo Ministério da Saúde em 2012, o qual dispensa a apresentação de prescrição médica para a dispensação desse medicamento. Confira o protocolo na íntegra aqui.
Também sugerimos a leitura do Guia sobre Contracepção de Emergência publicado pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) para maiores esclarecimentos sobre o uso correto e seguro de métodos contraceptivos de emergência para profissionais de saúde. Para acessar o conteúdo do guia, clique aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS.

10 de jul. de 2013


Dúvidas sobre a intercambialidade entre medicamentos de referência, genéricos e similares

A intercambialidade entre os medicamentos de referência, genérico e similar tem trazido dúvida aos profissionais farmacêuticos, levando o CIM-RS a preparar um material que procura esclarecer as dúvidas que chegam com maior freqüência ao CIM-RS.
A sessão pergunte ao CIM-RS dessa semana responde, “Quais as regras de intercambialidade para genérico, similar e referência?” Para conferir a resposta, clique aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS.

2 de jul. de 2013

A contribuição da imprensa leiga no uso racional de medicamentos



A informação sobre medicamentos tem papel importante no seu uso correto, e também fator desencadeante de adesão ao tratamento por parte do usuário. São encontradas na imprensa diversas reportagens e artigos que informam e descrevem doenças, medicamentos e novos tratamentos, tanto medicamentosos como não relacionados a medicamentos. As informações obtidas na mídia podem ter grande impacto nas práticas terapêuticas. No entanto, tanto podem contribuir para prestar esclarecimentos sobre medicamentos e doenças, como exaltar apenas os efeitos benéficos dos medicamentos, incentivando ao uso desnecessário e sem prescrição. Neste sentido, a preocupação com a qualidade da informação e a influência desta no uso de medicamentos deve fazer parte do quotidiano dos profissionais de saúde e dos consumidores.
O artigo “Informações sobre medicamentos na imprensa: uma contribuição para o uso racional?” apresenta um estudo realizado no Estado de São Paulo sobre a influência das informações obtidas de reportagens veiculadas em jornais de grande circulação no uso racional de medicamentos. O artigo na íntegra pode ser conferido clicando aqui.

Boa leitura!
Equipe CIM-RS