29 de mai. de 2012

Medicamentos potencialmente impróprios para uso em idosos


Pacientes idosos são normalmente acometidos por mais de uma enfermidade e, por este motivo, podem utilizar vários medicamentos de forma contínua e concomitante. A multiplicidade de doenças e de fármacos associada a alterações relacionadas ao envelhecimento pode desencadear interações medicamentosas e reações adversas de importância clínica.

No ano de 1991 Beers e colaboradores elaboraram uma lista de medicamentos potencialmente inapropriados para uso em idosos com 65 anos ou mais, visando detectar possíveis riscos de iatrogenia medicamentosa. Os critérios de Beers estão baseados em trabalhos publicados sobre medicamentos e farmacologia do envelhecimento.

Em 2012, a Sociedade Americana de Geriatria atualizou as listas de medicamentos potencialmente inapropriados em adultos, que são apresentadas em três grandes grupos:

1) Medicamentos ou classes farmacológicas que deveriam ser evitados em idosos, independentemente do diagnóstico ou da condição clínica, devido ao alto risco de efeitos colaterais e pela existência de outros fármacos mais seguros;

2) Medicamentos ou classes farmacológicas que não devem ser usados em determinadas circunstâncias clínicas;

3) Medicamentos ou classes farmacológicas que devem ser utilizados com cautela.

Cada medicamento ou classe avaliada possui breve fundamentação sobre o motivo de ser impróprio para uso em idosos, acompanhada da recomendação clínica, o nível da evidência (alta, moderada ou baixa) e grau de recomendação (forte, fraca ou insuficiente).

Para acessar a lista completa e atualizada dos Critérios de Beers, clique aqui.

Boa leitura,

Equipe do CIM-RS

9 de mai. de 2012

Automedicação em pauta


Recentemente dois fatos têm gerado discussão em diversos âmbitos da sociedade: a aprovação pelo senado do Projeto de Lei de conversão 7/2012 (decorrente da Medida Provisória 549/2011), facultando a comercialização de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP) (Anexo da RDC 138/2003) em supermercados, armazéns, empórios e lojas de conveniência; e a consulta pública da ANVISA nº 27, de 12 de abril de 2012, que visa alterar a RDC 44/2009, permitindo que os MIP possam permanecer ao alcance dos usuários.

Para qualificar a discussão sobre este tema, o CIM-RS recomenda a leitura de alguns materiais sobre os tópicos autocuidado e automedicação responsável relacionados ao uso racional de medicamentos.

O autocuidado é definido como as atitudes que os indivíduos tomam para estabelecer e manter a sua saúde, prevenir e lidar com doenças, incluindo medidas higiênicas, nutrição, estilo de vida e automedicação. A automedicação consiste na seleção e uso de medicamentos pelos usuários para tratar sintomas e doenças identificadas pelo próprio indivíduo. A automedicação responsável é a prática pela qual os indivíduos tratam suas doenças e condições com MIP aprovados, seguros e eficazes quando usados para sintomas agudos autorreconhecidos e algumas condições crônicas ou recorrentes (após diagnóstico médico inicial).

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde de Portugal (INFARMED) possui documento sobre automedicação, que aborda informações gerais sobre a utilização de MIP, como: o que é automedicação, indicações, quando procurar consulta médica ou aconselhamento farmacêutico, papéis e responsabilidades dos diferentes atores sociais.

O Boletim Terapêutico Andaluz publicou informativo sobre os riscos e benefícios da automedicação. Apesar de ter sido publicado há mais de 10 anos,  traz reflexões sobre a automedicação que ainda podem ser consideradas atuais. Os autores ressaltam que a automedicação não deve ser considerada como uso irracional de medicamento somente pois, quando acompanhada de informações fornecidas pelo profissional farmacêutico, pode-se obter resultados positivos e até reduzir custos relacionados com os sistemas de saúde.

Ainda relacionado ao tema, a OMS publicou em 1998 documento sobre o papel do farmacêutico no autocuidado e na automedicação. Entre os tópicos abordados neste  documento destacam-se: a importância da automedicação, os diferentes papéis do farmacêutico (comunicador, colaborador, promotor da saúde...), indicadores de avaliação e recomendações.


Boa leitura,

Equipe do CIM-RS.