Recentemente dois fatos têm
gerado discussão em diversos âmbitos da sociedade: a aprovação pelo senado do
Projeto de Lei de conversão 7/2012 (decorrente da Medida Provisória 549/2011),
facultando a comercialização de Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP) (Anexo da RDC 138/2003) em supermercados, armazéns, empórios e lojas de conveniência;
e a consulta pública da ANVISA nº 27, de 12 de abril de 2012, que visa alterar a RDC
44/2009, permitindo que os MIP possam permanecer ao alcance dos usuários.
Para qualificar a discussão sobre
este tema, o CIM-RS recomenda a leitura de alguns materiais sobre os tópicos
autocuidado e automedicação responsável relacionados ao uso racional de
medicamentos.
O autocuidado é definido como as
atitudes que os indivíduos tomam para estabelecer e manter a sua saúde,
prevenir e lidar com doenças, incluindo medidas higiênicas, nutrição, estilo de
vida e automedicação. A automedicação consiste na seleção e uso de medicamentos
pelos usuários para tratar sintomas e doenças identificadas pelo próprio indivíduo.
A automedicação responsável é a prática pela qual os indivíduos tratam suas doenças e condições com MIP aprovados, seguros
e eficazes quando usados para sintomas agudos
autorreconhecidos e algumas condições crônicas
ou recorrentes (após diagnóstico médico inicial).
A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde de Portugal (INFARMED) possui documento sobre automedicação, que aborda informações gerais sobre a utilização de MIP, como: o
que é automedicação, indicações, quando procurar consulta médica ou
aconselhamento farmacêutico, papéis e responsabilidades dos diferentes atores
sociais.
O Boletim Terapêutico Andaluz
publicou informativo sobre os riscos e benefícios da automedicação. Apesar de
ter sido publicado há mais de 10 anos, traz reflexões sobre a automedicação que ainda
podem ser consideradas atuais. Os autores ressaltam que a automedicação não deve
ser considerada como uso irracional de medicamento somente pois, quando acompanhada
de informações fornecidas pelo profissional farmacêutico, pode-se obter
resultados positivos e até reduzir custos relacionados com os sistemas de
saúde.
Ainda relacionado ao tema, a OMS
publicou em 1998 documento sobre o papel do farmacêutico no autocuidado e na automedicação. Entre os tópicos abordados neste documento destacam-se: a importância da
automedicação, os diferentes papéis do farmacêutico (comunicador, colaborador,
promotor da saúde...), indicadores de avaliação e recomendações.
Boa leitura,
Equipe do CIM-RS.
Nenhum comentário:
Postar um comentário