28 de jan. de 2014

Pergunte ao CIM-RS: acidentes com mães d’água

No verão, com o maior número de pessoas frequentando o litoral, os acidentes com mães d’água são bastante comuns. Esses animais, pertencentes ao filo dos cnidários ou celenterados, têm seu corpo constituído por 95% de água, o que dificulta a sua visualização pelos banhistas, principalmente nas águas turvas do litoral gaúcho. Além disso, as altas temperaturas da estação são favoráveis a sua proliferação. As espécies mais comuns no Brasil são Physalia physalis (caravelas), Chiropsalmus quadrumanus, Tamoya haplonena, Cyanea sp. (medusas ou águas-vivas).
As reações desagradáveis, que incluem dor e ardência similares a uma queimadura, iniciam imediatamente após o contato com os tentáculos desses invertebrados. Os tentáculos contém células que armazenam o veneno urticante das mães d’água e estão inseridos em torno da cavidade oral, com a função de capturar presas.  
A gravidade da “queimadura” depende da extensão do contato. Quanto maior a área lesada, mais fortes as reações, que podem ter efeitos sistêmicos, desde náuseas, febre e dor de cabeça, até reações mais graves, como arritmias cardíacas. Nesses casos deve-se procurar atendimento médico.
As recomendações populares para o alívio dos sintomas são variadas: lavar com água doce ou com água do mar, aplicar vinagre, urina, ou pasta de dentes, e também esfregar areia no local atingido. No "Pergunte ao CIM-RS" desta semana, a questão é “Como tratar as lesões causadas por acidentes com mães d´água?” Para saber qual é resposta para essa pergunta, clique aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS


Fontes:
- DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências.
4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
- POISINDEX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em:
http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 10 jan. 2014.

27 de jan. de 2014

Aviso

Informamos aos nossos usuários que, nesta segunda-feira, 27 de janeiro, o CIM-RS funcionará somente até às 16 horas.

Gratos pela compreensão.
Equipe CIM-RS

23 de jan. de 2014

Terapias-alvo moleculares no tratamento do câncer

O avanço da ciência em novas tecnologias e abordagens terapêuticas tem proporcionado aos pacientes oncológicos maiores possibilidades de cura e de melhora na qualidade de vida, que frequentemente é abalada pelo tratamento agressivo ou pela progressão da doença.
Os quimioterápicos utilizados na terapia antineoplásica convencional, em geral, agem impedindo a divisão das células tumorais, causando danos nas moléculas de DNA e/ou RNA. Como estas moléculas regulam a multiplicação de todas as células humanas, os agentes quimioterápicos atuam de forma não específica, estendendo sua ação também às células sadias. As células de crescimento rápido, como as das mucosas gastrintestinais, de folículos capilares e do sistema imunológico, são particularmente suscetíveis a esses fármacos, e isso explica grande parte dos efeitos adversos desse tipo de tratamento, incluindo náuseas, vômitos, queda de cabelo e maior risco de infecções.
Ao interferir no metabolismo celular pela interação com moléculas chave para a proliferação das células cancerígenas, a terapia-alvo revolucionou o tratamento do câncer ao direcionar a ação dos medicamentos exclusivamente, ou quase exclusivamente, às células tumorais. Assim, o tratamento apresenta menos reações adversas e melhores resultados.
Esta forma de terapia é uma das mais pesquisadas nos estudos clínicos realizados atualmente na área da oncologia. A procura por um alvo celular específico que possa ser atingido por um determinado medicamento é a principal base para o desenvolvimento de terapias contra os mais diversos tipos de câncer, com a intenção de aumentar a precisão do tratamento e reduzir a ocorrência e a gravidade das reações adversas.
Para conhecer os principais medicamentos antineoplásicos desenvolvidos para atingir um alvo específico, recomendamos a leitura do boletim Australian Prescriber sobre terapias-alvo “Molecular mechanisms and clinical use of targeted anticancer drugs. Para conferir o boletim na íntegra, clique aqui. Todos os fármacos citados no boletim, exceto o crizotinibe, estão registrados na Anvisa como medicamentos e são comercializados no Brasil.

Boa leitura
Equipe CIM-RS

14 de jan. de 2014

Betacaroteno e bronzeado

Mesmo com as fortes recomendações para o uso de fotoprotetores tópicos e campanhas para a prevenção do câncer de pele, a estética do verão é exibir uma pele bronzeada.

O bronzeado é resultado de um mecanismo de proteção parcial da pele contra a radiação solar: a produção de melanina. Quando agredida por intensa luz solar, a pele defende-se produzindo quantidades maiores de melanina, tornando-se mais escura. A melanina é um filtro solar natural capaz de absorver a radiação que atinge a pele, porém insuficiente para conferir proteção total. Como a quantidade de melanina e sua distribuição no corpo dependem de fatores individuais e raciais, esse mecanismo de proteção da pele varia muito de pessoa para pessoa.

É comum nessa época do ano o uso de alimentos ou suplementos para estimular a cor bronzeada da pele. A maior parte desses ativos é considerada alimentos funcionais, também chamados fotoprotetores orais. Enquanto os protetores solares tópicos atuam pela reflexão e absorção da radiação incidente, evitando que ela atinja a pele, os fotoprotetores orais atuam em nível celular ou molecular após a incidência da radiação solar na pele, reduzindo os danos assim gerados. As substâncias mais conhecidas para essa finalidade são as vitaminas C e E, os carotenoides, polifenóis, extrato de Polypodium leucotomos, probióticos e os ácidos graxos essenciais.

É importante ressaltar que as medidas de proteção solar recomendadas para evitar o câncer de pele devem ser sempre utilizadas. Os fotoprotetores orais não devem ser utilizados como garantia de proteção à exposição solar, e não são substitutos dos fotoprotetores tópicos nem da proteção mecânica. A recomendação do uso desses produtos deve ser preferencialmente feita pelo dermatologista, que orientará quais os ativos mais adequados, a posologia e o tempo de uso, conforme as necessidades e características do paciente.

O betacaroteno é extensamente utilizado para estimular a cor bronzeada da pele, mas como ele pode proteger a pele da radiação solar? Existem diferenças entre os carotenoides? O pergunte ao CIM-RS dessa semana responde a essas perguntas, para conferir a resposta clique aqui.


Boa leitura,
Equipe CIM-RS.

Fontes:
-          CONTRI,R.V.; GUTERRES, S.S. A fotoproteção da pele. In: SCHENKEL, E. P.; MENGUE, S. S.; PETROVICK, P. R. Cuidados com os Medicamentos. 5. ed. ver. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2012.

-          SCHALKA, S.; STEINER,D. Consenso Brasileiro de Fotoproteção. Fotoproteção no Brasil – Recomendações da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 1 ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Dermatologia –SBD, 2013.

10 de jan. de 2014

Alteração no horário de atendimento do Centro

Informamos aos nossos usuários que, em virtude da alteração no horário de funcionamento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Portaria n° 8090, de 12 de dezembro de 2013), no período compreendido entre 10/01/2014 e 21/02/2013, o CIM-RS modificará o horário de atendimento.  Às segundas-feiras atenderemos das 12:00h às 17:00h, e às sextas-feiras, das 8:00h às 14:00h. Nos demais dias da semana o atendimento segue os horários habituais.

Fora do horário de atendimento, os usuários podem encaminhar suas dúvidas por e-mail que responderemos o mais breve possível.


Equipe CIM-RS

6 de jan. de 2014

Ajuste de Dose em Pacientes Obesos

Atualmente, a obesidade é considerada um problema de saúde global. Estima-se que em 2030 mais de 50% da população mundial sofrerá de obesidade ou sobrepeso. Com relação ao uso de medicamentos, é importante considerar que pacientes obesos possuem alterações de parâmetros farmacocinéticos, o que pode fazer com que as doses da terapia convencional não sejam adequadas para eles. Além disso, pacientes obesos são normalmente excluídos de ensaios clínicos, havendo uma escassez de informação sobre a farmacocinética nesses pacientes.
Os parâmetros farmacocinéticos mais comumente afetados pelas mudanças fisiológicas decorrentes da obesidade são a distribuição, a ligação a proteínas plasmáticas e a eliminação do fármaco. É descrito que indivíduos obesos apresentam volume sanguíneo aumentado, maior débito cardíaco, diminuição da atividade pulmonar, e menor perfusão tecidual. A utilização de uma dose incorreta em um paciente obeso pode levar tanto ao fracasso terapêutico como à toxicidade. Assim, um ajuste de dose pode ser necessário nesses pacientes.Entretanto, as informações disponíveis sobre ajuste de doses são comumente contraditórias. Por exemplo, alguns autores propõem que obesos apresentam um aumento da filtração glomerular, enquanto outros sugerem que esses pacientes apresentam esclerose glomerular, o que leva a efeito contrário.
Apesar de muitas informações serem controversas, já existem revisões sistemáticas que estabelecem recomendações específicas com relação à dose de alguns medicamentos. Para algumas classes terapêuticas, os pacientes obesos requerem doses acima e, para outras, abaixo do padrão. Ou seja, o ajuste de dose em função do peso não pode ser generalizado para todos os fármacos.
Para saber quais os medicamentos que merecem atenção e as recomendações quanto ao seu ajuste de dose em obesos, recomendamos a leitura da edição do Boletim de Informação Terapêutica da Catalunha “Dosificación de fármacos en pacientes obesos”.
Boa leitura,
Equipe do CIM-RS.
FONTE:

Martínez, E.F.G.; Amengol, P.R.; Fabre, N.S. Dosificación de fármacos en pacientes obesos. Butlletí d’informació terapèutica del Departament de Salut de la Generalitat de Catalunya. Vol. 24, núm. 4. 2013. Disponível em: http://www20.gencat.cat/docs/canalsalut/Minisite/Medicaments/Professionals/Butlletins/Boletin_Informacion_Terapeutica/Documents/Arxius/BIT_v24_n04e.pdf