Os
comprimidos para contracepção de emergência são compostos por hormônios
concentrados utilizados por curto período de tempo, que atuam na suspensão da
ovulação e na migração do esperma, nos dias seguintes à relação sexual. A
indicação é restrita a situações especiais, incluindo: relação sexual sem uso
de método anticoncepcional, falha conhecida pelo uso inadequado do método
contraceptivo de rotina e violência sexual. É o único método contraceptivo a
ser utilizado após a relação sexual. Seu uso cresceu consideravelmente no
Brasil, entre 1996 e 2006, segundo Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da
Criança e da Mulher (PNDS). Em 2006, 12% das mulheres de 15 a 49 anos afirmaram
ter usado esse método, cuja adesão teve maior representatividade na faixa etária
de 20 a 24 anos (18,5%), e 10,4% entre mulheres 15 a 19 anos.
A anticoncepção de emergência emprega dose única de 1,5mg de levonorgestrel
que mostra a mesma eficácia de duas doses de 0,75mg a cada 12 horas, sem
aumentar os efeitos adversos. A administração até 120 horas após arelação
sexual ainda confere proteção, embora quanto maior o tempo decorrido, menor
seja o efeito protetor. A administração até 72 horas, de qualquer um dos
métodos, leva a menor ocorrência de falhas. A utilização de métodos de
contracepção de emergência deve ser ocasional e não empregado de forma regular,
pois há métodos mais eficazes para uso rotineiro. Entretanto, há evidências de
que o método está sendo usado repetidamente, principalmente por mulheres com
intercursos esporádicos. Mais recentemente, vários estudos demonstraram que uso
de levonorgestrel é mais eficaz do que o método Yuzpe, que emprega
etinilestradiol (100 mcg) e levonorgestrel (0.5 mg) combinados em altas doses.
Existem outros hormônios que podem ser utilizados em contracepção de
emergência, mas o levonorgestrel e método Yuzpe são os mais comuns.
Nas
Unidades Básicas de Saúde do Brasil, não é exigida receita médica para a dispensação
de levonorgestrel em comprimidos de 0,75 mg. Dessa forma, os enfermeiros podem
disponibilizar a contracepção de emergência na ausência do médico, orientando e
encaminhando a usuária às ações de planejamento reprodutivo. A contracepção de
emergência é bastante útil para prevenir a gravidez indesejada, porém seu uso
deve ser restrito por induzir efeitos adversos, como náusea e vômito, com maior
frequência e oferecer menor eficácia anticoncepcional se comparada com os
contraceptivos convencionais, além de que o uso repetitivo diminui a sua
eficácia, não sendo, portanto, um método a ser adotado como de rotina.
O
CIM-RS sugere a leitura do Protocolo para Utilização de Levonorgestrel,
publicado pelo Ministério da Saúde em 2012, o qual dispensa a apresentação de
prescrição médica para a dispensação desse medicamento. Confira o protocolo na
íntegra aqui.
Também
sugerimos a leitura do Guia sobre Contracepção de Emergência publicado
pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO)
para maiores esclarecimentos sobre o uso correto e seguro de métodos contraceptivos
de emergência para profissionais de saúde. Para acessar o conteúdo do guia,
clique aqui.
Boa
leitura,
Equipe
CIM-RS.
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