Segundo a OMS cerca de 80% da
população dos países em desenvolvimento utilizam plantas medicinais ou produtos
à base de plantas para tratamentos de saúde. Além disso, nas últimas décadas, o
interesse populacional pelas terapias naturais tem aumentado significativamente.
No Brasil, 12 medicamentos fitoterápicos são oferecidos pelo Sistema Único de
Saúde atualmente. Entre eles, está a Aloe
vera (babosa) para o tratamento de psoríase e queimaduras, a Rhamnus pushiana (cáscara-sagrada) para
prisão de ventre, e a Mikania glomerata
(guaco) indicada para os sintomas da gripe.
Entretanto, o uso de plantas
medicinais e fitoterápicos exige cuidado, pois a maior parte dos fitoterápicos
que são utilizados atualmente por automedicação ou por prescrição médica não
tem o seu perfil tóxico bem conhecido por seus usuários. A babosa, por exemplo,
é muito utilizada por sua ação cicatrizante, antibacteriana, antifúngica e
antiviral. Apesar disso, muitos desconhecem que não deve ser usada por via
oral, pois em altas doses possui ação nefrotóxica, podendo levar a uma severa
crise de nefrite aguda.
Em geral efeitos adversos causados por plantas não são
reportados, pois o sistema de monitorização não é o mesmo que para os
medicamentos convencionais, e geralmente esses efeitos adversos não são
associados aos fitoterápicos, pois o uso de plantas não é, muitas vezes, informado
pelo paciente durante a consulta médica. Além disso, o perfil tóxico da maioria
das plantas ainda não foi bem estudado. Um país onde a farmacovigilância de
fitoterápicos está bastante avançada é a Alemanha, onde muitos fitoterápicos já
foram retirados do mercado devido a importantes efeitos tóxicos e risco para
uso humano. Para uma leitura mais detalhada a respeito da farmacovigilância e
reações adversas a plantas medicinais, leia o artigo completo sobre o tema, intitulado
Farmacovigilância
e reações adversas às plantas medicinais e fitoterápicos: uma realidade,
clicando aqui.
Ainda sobre o tema, o Pergunte ao
CIM dessa semana responde “Qual a toxicidade das seguintes plantas: Ginkgo
biloba, urtiga e cavalinha?”. Para acessar a resposta na íntegra, clique aqui.
Boa leitura,
Equipe CIM-RS.
Fontes:
- Política Nacional de Plantas Medicinais
e Fitoterápicos. Brasília, DF, 2006.
- A Fitoterapia no
SUS e o Programa de Pesquisas de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos.
Brasília, DF, 2006.
- Portal da Saúde,
disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/portalsaude/noticia/8061/162/sus-oferece-fitoterapicos-como-alternativa-de-tratamento.html,
acessado em: 13 de setembro de 2013.
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