10 de fev. de 2017

Afinal, posso abrir a cápsula de omeprazol?

   
Preparações extemporâneas são formulações que alteram a forma farmacêutica de um medicamento para atender demandas e necessidades específicas de paciente especiais. Frequentemente, omeprazol faz parte do tratamento de pacientes sondados ou com disfagia. Dadas as dificuldades de deglutição destes pacientes, as preparações extemporâneas, a partir de cápsulas de omeprazol, são muito usadas.
Omeprazol é utilizado pelos pacientes nas suas residências, na forma de cápsulas. Da mesma forma, nos hospitais, geralmente, está padronizado em cápsula e nessas situações o omeprazol precisa ser alterado para uma suspensão.
Posso abrir a cápsula do omeprazol?
A estabilidade do omeprazol é dependente do pH1,2,3. O fármaco sofre rápida degradação em meio ácido, mas tem uma estabilidade aceitável em condições alcalinas2,3. Exibe estabilidade máxima em pH 11 e decompõe rapidamente abaixo de pH 7,83.
Para administração dos grânulos através de sonda nasogástrica em ambientes hospitalares, são descritas na literatura preparações em que o conteúdo das cápsulas é disperso em bicarbonato de sódio 8,4% ou água.1,2.
Para preparo de uma suspensão extemporânea de omeprazol 2mg/mL, adiciona-se o conteúdo de 10 cápsulas de 20 mg de omeprazol em 100 mL de uma solução de bicarbonato de sódio 8,4%4,5,6 agitar por alguns minutos4,5,6(15 minutos3), proteger da luz4,5; a preparação é estável por 14 dias em temperatura ambiente e 45 dias sobre refrigeração4,6. Em outra fonte é relatado que a suspensão permanece estável por até 7 dias sob refrigeração5.
A decomposição do omeprazol resulta na alteração da cor da suspensão. A cor amarela não significa suspensões inaceitáveis, no entanto, suspensão com as cores amarela escura, laranja, púrpura, marrom ou preto não devem ser utilizadas.

Em casa, aos pacientes com dificuldade de deglutição, as cápsulas1,2,3,7 têm sido abertas e misturadas1,2,3,7 com uma pequena quantidade1,2 de suco de frutas1,2,3 ácidas, como laranja1,2, purê de maçã frio,7 ou até mesmo iogurte3. Tomar um copo de água fria em seguida1,7. Esta alternativa é considerada útil para preservar a integridade do fármaco até alcançar o ambiente alcalino do duodeno3. Os pacientes devem ser instruídos a não mastigar os grânulos1,2,7 e que também não devem misturá-los com leite antes da administração2.

Texto elaborado por Acadêmico Iago Christofoli
Revisado por Farm. Clarissa Ruaro Xavier
  1. DRUGDEX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 10/02/2017
  2. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional 2010: Rename 2010 / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
  3. TRISSEL, L. A. Trissel’s - Stability of Compounded Formulations. 4.ed. Washintong: American Pharmaceutical Association, 2009.
  4. JACKSON, M.,LOWEY, A. Handbook of Extemporaneous Preparation. Chicago: PhP, 2010.
  5. SNOKE, J. et al. Drug Information Handbook. 23. ed. Hudson: Lexi-comp, 2014.
  6. White, R., Bradman, V. Handbook of Drug Administration Via Enteral Feeding Tubes. Ed. RPS Publishing, 2007.
  7. MCEVOY, G. K. (Ed.) AHFS Drug Information. Bethesda: ASPH, 2014.

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