17 de set. de 2015

Comprimidos sulcados e não sulcados: quando podemos partir?



A partição de compridos é um procedimento comumente praticado por leigos e, esporadicamente, pelos profissionais de saúde. Os motivos que levam à divisão de comprimidos incluem a necessidade de ajuste da dose, a facilidade de deglutição dos comprimidos partidos e a economia financeira. Entretanto, o processo de partição é impreciso, levando frequentemente à obtenção de partes de tamanho desigual e perda de parte da massa do comprimido. Dessa forma, a partição de comprimidos pode afetar a dose da medicação e, consequentemente, a resposta terapêutica.
A precisão na divisão dos comprimidos é influenciada pelo seu tamanho, forma, dureza, método de divisão e habilidade humana.
A recomendação geral é evitar a partição de comprimidos não sulcados ou comprimidos revestidos de liberação entérica ou de liberação sustentada.
Normalmente, é possível partir comprimidos sulcados de liberação imediata ou que não contenham fármacos de índice terapêutico estreito. Quando for possível partir o medicamento, é preferível usar um aparelho específico para esse uso. Entretanto, ainda assim, as partes obtidas podem não ser uniformes.
Nos EUA, a FDA introduziu o conceito de sulco funcional para aqueles comprimidos sulcados em que o fabricante testou a capacidade do comprimido de originar subdivisões uniformes aceitáveis, atendendo a critérios de qualidade determinados previamente. Essa é uma forma de auxiliar os profissionais de saúde a avaliar criticamente se o medicamento pode ou não ser dividido.
A ANVISA descreve que a prática de partir comprimidos é útil quando permite a dose correta ao paciente, mas é imprescindível que o médico, farmacêutico e o paciente estejam de acordo. Esses profissionais podem ajudar os pacientes informando se a partição do comprimido é uma escolha viável para as medicações prescritas. As recomendações da ANVISA podem ser lidas na íntegra aqui.
Boletim do CEBRIM/CFF sobre a partição de comprimidos pode ser lido aqui.

Boa leitura,
Equipe CIM-RS

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Referências bibliográficas:
  1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Perguntas frequentes: Partição de Comprimido. Disponível em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/Anvisa+Portal/Anvisa/Perguntas+Frequentes/Medicamentos/2d88e58040506f38a8e4a889c90d54b4. Acesso em: 10 set. 2015.
  2. Verrue et al. Tablet-splitting: a common yet not so innocent practice. Journal of Advanced Nursing 2011; 67(1), 26–32.
  3. Elliot et al. The practice and clinical implications of tablet splitting in international health. Tropical Medicine and International Health 2014; 19 (7), 754–760.
  4. Food and Drug Administration - Center for Drug Evaluation and Research. Guidance for Industry Tablet Scoring: Nomenclature, Labeling, and Data for Evaluation. USA. 2013 March. 5p.

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