3 de mar. de 2017

PERGUNTE AO CIM: propranolol, hidroclorotiazida mais diabetes, há interação?


PERGUNTE AO CIM

Propranolol e hidroclorotiazida administrados associados em pacientes com hipertensão arterial sistêmica e diabetes interferem no controle glicêmico? Se sim, qual a importância clínica?
Propranolol e hidroclorotiazida são comumente prescritos; Fazem parte da REMUME (Relação Municipal de Medicamentos Essenciais) da maior parte dos municípios gaúchos, Porto Alegre1, Gravataí2, Santa Maria3, dentre outros.
O propranolol, é um beta-bloqueador, tem usos aprovados para as seguintes morbidades: angina pectoris, hemangioma capilar, disritmia, tremores, hipertensão, estenose subaórtica idiopática, enxaqueca, feocromocitoma e infarto agudo do miocárdio4,5,6.
Já a hidroclorotiazida, uma tiazida, tem indicação clínica aprovada para: hipertensão arterial sistêmica e edema4,5,6.
Uma interação entre os fármacos, somada à presença da diabetes, é descrita como grave/moderada5,7, com início tardio7. Tal interação pode causar hiperglicemia em função do propranolol aumentar o efeito hiperglicêmico da hidroclorotiazida. Quando ambos estão sendo usados, deve-se monitorar rigidamente a glicemia e a lipidemia do paciente7.
Individualmente a hidroclorotiazida pode causar hiperglicemia em pacientes diabéticos, sendo recomendada cautela em seu uso nesse caso específico.Em algumas situações pode ser necessário ajuste da dose de insulina ou do hipoglicemiante oral. Tolerância anormal à glicose geralmente não ocorre em pacientes recebendo tiazidas5,6,8.
Propranolol pode causar hipo/hiperglicemia. Os beta-bloqueadores podem causar hipoglicemia em não diabéticos, possivelmente devido ao aumento da captação periférica de glicose através do aumento da sensibilidade à insulina6,8,9.
Nestas situações, é recomendável estreita relação entre médico e o paciente, além de acompanhamento farmacêutico por meio de um seguimento farmacoterapêutico.

Texto elaborado por Acadêmico Iago Christofoli

Revisado por Clarissa Ruaro Xavier

  1. REMUME PORTO ALEGRE 2016. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/sms/usu_doc/remumearquivo24.11.16site.pdf. Acesso em: 02/03/2017.
  2. REMUME GRAVATAÍ 2016-2019. Disponível em: http://www.saude.rs.gov.br/upload/1471009389_PES%202016-2019%20-%2012%2008.pdf. Acesso em: 02/03/2017
  3. REMUME SANTA MARIA 2016. Disponível em: http://www.santamaria.rs.gov.br/saude/335-assistencia-farmaceutica. Acesso em: 02/03/2017.
  4. DRUGDEX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 02/03/2017.
  5. SNOKE, J. et al. Drug Information Handbook. 23. ed. Hudson: Lexi-comp, 2014
  6. MCEVOY, G. K. (Ed.) AHFS Drug Information. Bethesda: ASPH, 2014.
  7. DRUG-REAX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 02/03/2017
  8. DRUG Facts and Comparisons. 2014 Edition. St.Louis: Facts and Comparisons, 2013
  9. SWEETMAN S. (Ed), Martindale: the complete drug reference. London: Pharmaceutical Press. Electronic version, Greenwood Village, Colorado: Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em: 02/03/2017 


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