10 de mar. de 2017

QUEM DEVE RECEBER SUPLEMENTO DE VITAMINA D? HÁ ALGUM RISCO?


A vitamina D (ergocalciferol D2 e colecalciferol D3), possui usos descritos para recuperação da homeostase do cálcio, regeneração óssea, deficiência da própria vitamina1,2, e vêm sendo investigado seu potencial para doenças cardiovasculares, neoplasias, diabetes, infecções, esclerose múltipla, psoríases e doenças respiratórias2.
Com base em demandas recebidas, o CIM-RS resolveu pontuar sobre o tema.
Em revisão sistemática da Cochrane® do ano de 2014, concluiu-se que a vitamina D associada ao cálcio é capaz de prevenir fraturas3.
Para mulheres grávidas a suplementação com vitamina D em dose única ou continuada pode reduzir o risco de pré-eclâmpsia, baixo peso ao nascer e nascimento prematuro. No entanto, quando a vitamina D e cálcio são combinados, o risco de parto prematuro é aumentado4.
É descrito uso pediátrico de vitamina D como profilaxia5,6,7 e tratamento da deficiência desta vitamina, profilaxia e tratamento de raquitismo5,6. A agencia norte-americanaFoodandDrugAdministration(FDA) aprova o uso de vitamina D como suplementação diária para todas as idades4. No entanto, ingestões diárias de 2.000 UI em crianças ou 75.000 UI em adultos podem produzir sintomas tóxicos associados à hipervitaminose D7, como depósito anormal de cálcio nos tecidos, nas paredes dos vasos sanguíneos e nos rins, induzindo anorexia, cefaleia, astenia, náuseas, vômitos e arritmias cardíacas8,9,10.
Baseado nessas informações, a suplementação com vitamina D, seja medicamentosa ou na dieta, deve seguir recomendações médicas, farmacêuticas ou nutricionais, além do monitoramento de seus possíveis eventos adversos e eficácia.

Texto elaborado por: Acadêmico Iago Christofoli

Revisado por: Farm.Clarissa Ruaro Xavier e Prof. Farm. Tatiane da Silva Dal Pizzol

  1. SWEETMAN S. (Ed), Martindale: the complete drug reference. London: Pharmaceutical Press. Electronic version, Greenwood Village, Colorado: Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatchAcesso em: 10/03/2017
  2. DERMARDEROSIAN, A.; BEUTLER, J. A. (Ed) The Review of Natural Products: the most complete source of natural product information. 7. ed. St. Louis: Facts and Comparisons, 2012.
  3. VITAMINA D E COMPOSTOS DE VITAMINA D RELACIONADOS PARA PREVENIR FRATURAS RESULTANTES DA OSTEOPOROSE EM PESSOAS IDOSAS. Disponível em: http://www.cochrane.org/CD000227/MUSKINJ_vitamin-d-and-related-vitamin-d-compounds-preventing-fractures-resulting-osteoporosis-older-people. Acesso em:
  4. VITAMINA D DURANTE A GESTAÇÃO. REVISÃO SISTEMÁTICA COCHRANE®. Disponível em: http://www.cochrane.org/CD008873/PREG_vitamin-d-supplementation-women-during-pregnancy. Acesso em:
  5. TAKETOMO, C. K., HODDING, J. H., KRAUS, D. M. Pediatric and Neonatal Dosage Handbook. 20 ed. Hudson: Lexi-Comp, 2013.
  6. SANTOS, L.; TORRIANI,M.S.; BARROS, E. Medicamentos na prática da farmácia clínica. Porto Alegre: Artmed, 2013.
  7. DRUGDEX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters.
  8. POISINDEX® System. MICROMEDEX® Truven Health Analytics. The Healthcare Business of Thomson Reuters. Disponível em: http://www.micromedexsolutions.com/home/dispatch. Acesso em:
  9. DRUG Facts and Comparisons. 2014 Edition. St.Louis: Facts and Comparisons, 2013.
  10. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional 2010: Rename 2010 / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.


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