A anticoncepção hormonal é
tema relevante, seja pelo número de pessoas que a empregam no mundo inteiro, ou
pelo tempo de uso, já que muitas mulheres utilizam métodos hormonais por mais
de 30 anos. A escolha do método mais adequado deve considerar as condições individuais
de cada mulher incluindo perfil clínico, social, psicológico e cultural, e a
conveniência, que é fundamental para a adesão ao método. O médico deve discutir
os benefícios e as limitações de cada método anticoncepcional disponível,
levando em consideração aspectos particulares de cada mulher, como idade e
doenças associadas, além das condições e estilo de vida. Ao considerar também as
vantagens não contraceptivas, o método escolhido pode, ainda, tratar ou
prevenir doenças além de evitar uma gravidez.
Mesmo que a terapia de contracepção
hormonal seja um método eficaz, com reduzido índice de falhas, ainda há um elevado
número de gravidezes indesejadas pelo uso inadequado. O uso correto e a adesão
da paciente ao tratamento são fundamentais para eficácia dos métodos hormonais.
Estes medicamentos são
constituídos de um estrógeno, o etinilestradiol, e de um progestogênio. De
acordo com a concentração de etinilestradiol e o tipo de progestogênio, podem
ser classificados em gerações (1ª, 2ª ou 3ª). Como são eficazes e convenientes,
os contraceptivos hormonais orais são usados durante longos períodos. Em função
disso, os efeitos colaterais e as complicações decorrentes do uso prolongado desses
medicamentos são objeto de estudo constante. O risco de trombose venosa
profunda é sabidamente maior em usuárias de contraceptivos hormonais do que em
mulheres que não fazem uso do método. Dados observacionais com contraceptivos
de primeira e segunda gerações, em maiores doses, demonstraram pequeno, porém
significativo, risco de infarto agudo do miocárdio e trombose venosa profunda,
particularmente em mulheres tabagistas. O risco entre as usuárias varia
conforme o tipo de progestogênio e diminui com a redução da dose de etinilestradiol
para menos de 50µg. O uso de drospirenona, um progestogênio, está associado a
maior risco de desenvolvimento de coágulos, e foi tema no Blog do CIM-RS em
abril de 2012. (Para conferir a postagem, clique aqui).
Para saber mais sobre o risco de trombose decorrente
do uso de contraceptivos hormonais orais, bem como a classificação, orientações
de uso e contraindicações, recomendamos a leitura do Boletim intitulado Uso
Racional de Contraceptivos Hormonais Orais, publicado em 2011, clicando aqui.
Boa Leitura
Equipe CIM-RSFontes:
- OPPERMANN, K.; OPPERMANN, M.L.R. Planejamento Reprodutivo. In: DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.
-
BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário
terapêutico nacional 2010: Rename 2010 / Ministério da Saúde,
Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de
Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde,
2010.
-
LUBIANCA, J. N., WANNMACHER, L. Uso
Racional de Contraceptivos Hormonais Orais. Uso Racional de Medicamentos:
temas selecionados, nº 10, 2011.
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