4 de fev. de 2014

Contraceptivos hormonais

A anticoncepção hormonal é tema relevante, seja pelo número de pessoas que a empregam no mundo inteiro, ou pelo tempo de uso, já que muitas mulheres utilizam métodos hormonais por mais de 30 anos. A escolha do método mais adequado deve considerar as condições individuais de cada mulher incluindo perfil clínico, social, psicológico e cultural, e a conveniência, que é fundamental para a adesão ao método. O médico deve discutir os benefícios e as limitações de cada método anticoncepcional disponível, levando em consideração aspectos particulares de cada mulher, como idade e doenças associadas, além das condições e estilo de vida. Ao considerar também as vantagens não contraceptivas, o método escolhido pode, ainda, tratar ou prevenir doenças além de evitar uma gravidez.
Mesmo que a terapia de contracepção hormonal seja um método eficaz, com reduzido índice de falhas, ainda há um elevado número de gravidezes indesejadas pelo uso inadequado. O uso correto e a adesão da paciente ao tratamento são fundamentais para eficácia dos métodos hormonais.
Estes medicamentos são constituídos de um estrógeno, o etinilestradiol, e de um progestogênio. De acordo com a concentração de etinilestradiol e o tipo de progestogênio, podem ser classificados em gerações (1ª, 2ª ou 3ª). Como são eficazes e convenientes, os contraceptivos hormonais orais são usados durante longos períodos. Em função disso, os efeitos colaterais e as complicações decorrentes do uso prolongado desses medicamentos são objeto de estudo constante. O risco de trombose venosa profunda é sabidamente maior em usuárias de contraceptivos hormonais do que em mulheres que não fazem uso do método. Dados observacionais com contraceptivos de primeira e segunda gerações, em maiores doses, demonstraram pequeno, porém significativo, risco de infarto agudo do miocárdio e trombose venosa profunda, particularmente em mulheres tabagistas. O risco entre as usuárias varia conforme o tipo de progestogênio e diminui com a redução da dose de etinilestradiol para menos de 50µg. O uso de drospirenona, um progestogênio, está associado a maior risco de desenvolvimento de coágulos, e foi tema no Blog do CIM-RS em abril de 2012. (Para conferir a postagem, clique aqui).
Para saber mais sobre o risco de trombose decorrente do uso de contraceptivos hormonais orais, bem como a classificação, orientações de uso e contraindicações, recomendamos a leitura do Boletim intitulado Uso Racional de Contraceptivos Hormonais Orais, publicado em 2011, clicando aqui.
Boa Leitura
Equipe CIM-RS


Fontes:
- OPPERMANN, K.; OPPERMANN, M.L.R. Planejamento Reprodutivo. In: DUNCAN, B.B.; SCHMIDT, M.I.; GIUGLIANI, E.R.J.; Medicina Ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

- BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário terapêutico nacional 2010: Rename 2010 / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

- LUBIANCA, J. N., WANNMACHER, L. Uso Racional de Contraceptivos Hormonais Orais. Uso Racional de Medicamentos: temas selecionados, nº 10, 2011.

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